sábado, 17 de junho de 2017

A forma

Há uma forma que nos persegue sempre
com os catorze passos de transpor a rua.
E se esboroa em dar os passos, a lua
a buscar a forma que não se cumpre.

A labareda que tremula numa trempe
já nos engana com a forma que insinua, 
chega tão próxima a promíscua língua
e o triunfo é não repetir o que se mostra.

A camisa que não modifica o dorso
que espera o braço, que alterna o fôlego,
enquanto isso, a libélula, em seu percurso, 

desprenderá a asa. Gritemos o nosso rogo!
Faltará a palavra de não repetir o dorso

da forma que voluteia e cai no fogo.

Um comentário:

Jessica Iancoski disse...

Muito bom! Adorei esse poema, poeta! :D
Inclusive, recitei ele no meu podcast de poesias. Com estreia para o dia 10 de Maio.
Se quiser ouvir, é só procurar por podcast Toma Aí Um Poema. Estamos no Spotify, mestre!

No mais, fica o convite para conhecer o meu trabalho.

https://www.jessicaiancoski.com/